16 de junho, de 2023 | 09:40
A solidariedade da torcida do Figueirense através do Pix: como isso evitou o fechamento do clube
Doação surpreendente de quase R$ 300 mil garante salários e permite que o time do Figueirense entre em campo; nova gestão busca reconstruir o clube após episódios de W.O., penhoras, bloqueios e uma dívida de R$ 185 milhões.
Foto: Diego Ribeiro
orcida do Figueirense no Estádio Orlando Scarpelli: noite gelada e chuvosa de aniversário em Floripa, mas ao menos com o time em campo

Pix viabiliza participação do time em campo
A campanha "Juntos pelo Figueira" teve início em março, quando o clube, em dificuldades financeiras, buscava recursos para competir na Série C após ser eliminado nas quartas de final do Campeonato Catarinense. A ideia do Pix foi sugerida à diretoria por meio da assessoria de imprensa e prontamente aceita. Arthur Geske se uniu a Geovani Machado, presidente da ATOF (Associação das Torcidas Organizadas do Figueirense), e o trabalho conjunto começou.
Entenda como a doação via Pix salvou o Figueirense
Até o momento, a arrecadação ultrapassou os R$ 290 mil, valor que cobriu um mês de salários do elenco e outros ajustes relacionados ao futebol do clube. As doações, em média, ficaram em torno de R$ 50, mas variaram de R$ 1 a R$ 10 mil entre os torcedores do Figueira. Houve até mesmo transferências de centavos como forma de provocação de rivais, especialmente do Avaí.
"Tenho certeza de que em breve outras torcidas também estarão fazendo o mesmo. Em um grupo de torcedores, perguntei: 'Vocês estão preocupados com as provocações agora ou vão colocar a mão na massa e ajudar?'. Chegou a hora de mudar o jogo", enfatizou Arthur.
"Decidimos enfrentar o problema de frente", complementou Geovani Machado, da ATOF.
A campanha continua e não há uma meta de arrecadação definida, mas serviu de exemplo para o clube: era necessário expor o problema, enfrentá-lo e resolvê-lo com a máxima transparência.
"O Pix foi uma ajuda momentânea, porque o clube está implementando diversos projetos para lidar com suas dívidas, e o verdadeiro suporte virá quando os torcedores se tornarem sócios. O Pix foi uma medida para manter o Figueirense de pé nos próximos dois ou três meses", resumiu Arthur.
Além do Pix, o Figueirense contou com o apoio de empresários e recebeu cotas da CBF para seguir adiante já foram duas parcelas de R$ 300 mil, e outra está prevista para meados de agosto. Esses valores abrangem despesas de viagens, hospedagens e o funcionamento do time na Série C.
"O Pix ajudou bastante, é quase equivalente a uma folha salarial em nosso fluxo de caixa, então nos auxiliou bastante. Gostaríamos de lembrar aos torcedores para não se esquecerem de fazer isso mais vezes", alertou José Carlos Lages.
"Sabe a expressão 'fazer limonada com limões'? A cada momento, temos recebido auxílio, alternativas, medidas paliativas para ganhar tempo e encontrar uma solução definitiva para os problemas do Figueirense, que necessariamente passam pela chegada de um investidor para se juntar a nós", concluiu.
Afinal, o rombo é muito maior do que os R$ 290 mil doados pela torcida.
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